terça-feira, 4 de março de 2014

40 ANOS DOS BLOCOS AFRO NO CARNAVAL DE SALVADOR... e daí?!


Diferente para quem?

Á alguns dias atrás, eu estava conversando com minha mãe sobre os Blocos Afros de Salvador. A forma como eles são tratados pela mídia, pelo folião (turista e residente) e por eles mesmos. Se esse é o tema por que não tiveram uma visibilidade maior? Até mesmo nas pequenas entrevistas e quadros que compõe as transmissões das emissoras não se viu NENHUMA matéria sobre os blocos afros (tirando a TVE que sempre foi a única que transmitiu as passagens AO VIVO durante todos os dias do Carnaval). 

Não estou falando apenas dos mais conhecidos, como o Olodum, Ilê Ayiê, Filhos de Gandhy, até por que os blocos de samba também são afros. Mas quem se arrisca em sair do ciclo, que é mostrar apenas os blocos mais conhecidos? Os outros circuitos?



Geralmente a intenção do tema do carnaval é que ele seja abordado e disseminado pela mídia para que haja um entendimento geral sobre aquele determinado assunto, ou seja, os 40 anos de blocos afro no carnaval de salvador. É ai que começa a problemática... Cada emissora tem o livre arbítrio de escolher seu próprio tema, então pra quê um tema para o carnaval? Haa sim, apenas para decorar a cidade. E quem se beneficiou com isso? Hummm... Os foliões? Claro que sim, eles vieram se divertir e encontrar a propaganda que o país faz do carnaval (negras/os lindas/os, sem violência, muito amor e diversão durante 7 dias) ; A mídia que continua lucrando ao mostrar aquilo que acha mais importante e válido para o telespectador ; e uma lista que não vou comentar aqui, por que afinal de contas, não vai aparecer nem o meu, nem o seu nome. Ok, e cadê a história dos blocos afros? Cadê eles na televisão? Por que se escondem nas madrugadas? Hã? História do que? Pouco importa eu quero é curtir!!!!!!!



A falta de investimento nos blocos afro faz com que o valor da fantasia, a qualidade do som, a ordem na fila para desfilar e tantos outros aspectos se tornem inferior. Mas vou ficar apenas com esses três aspectos.

Um folião de bloco afro curte 3x mais que qualquer outro, por que o valor da fantasia é mínimo, comparado aos dias que o bloco desfila, ou seja, enquanto existe um valor fixo para cada dia nos blocos mais “populares”¹, os blocos afro tem um único abada para todos os dias que for desfilar (em qualquer circuito). Mas isso não impede que a criatividade seja posta para fora e por conta disso existem as alas, que servem de etapas para que o tema definido pelo bloco, seja passado através das fantasias (semelhante ao carnaval do RJ e SP).



A qualidade do som é muito inferior comparado aos outros blocos, isso acontece por que a burocracia e a falta de interesse por conta dos patrocinadores aumentam as dificuldades dos diretores desses blocos, em conseguir elementos de qualidade para abrilhantar seu desfile.

Já imaginou um bloco afro, com toda sua fantasia bem elaborada, com panos e torços e cores, desfilando 13h ou 09h? Difícil mas não impossível. Por que não organizar de forma democrática a ordem de saída dos blocos para que todos tenham visibilidade na mídia?

Mesmo com todos esses empecilhos o principal intuito dos blocos afro foi realizado, que é fazer a alegria de uma parte da sociedade (menos favorecida financeiramente e nada pequena) durante o carnaval, e de desfazer a cada dia a desigualdade social.


¹ mais conhecido e divulgado pela mídia. Exemplo: Eva, Nana, Coruja, etc.


Um comentário:

  1. Na verdade acho que eles não tiveram ideia do tema, e colocou esse tema. E nem perceberam a merda que fez pois não falaram absolutamente nada dos 40 anos dos blocos Afros.

    Você ta de parabéns mais uma vez!!!

    aguardando novos textos :)

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